01. Sobre o MITO da Mitologia Grega
é CORRETO afirmar que:
a) Refere-se a
lendas.
b) Refere-se a
grandes personalidades do esporte.
c) Refere-se a
grandes personalidades da música.
d) São
narrativas sobre as origens das coisas.
e) São crenças
religiosas.
02. A mitologia é um poderoso veículo para aprofundar a
experiência. O filme X-Men: First Class evoca
elementos cruciais da experiência evolutiva humana baseada na diferença dos
sexos por meio de fortes personagens masculinos e femininos, de uma maneira que
aproxima toda a sociedade da ideia de ultrapassar a dualidade masculino e feminino,
eu e outro e familiar e desconhecido, para alcançar um novo entendimento da
singularidade da raça humana. A surpresa que essa visão psicológica expressa no
mito pode ser tão divertida quanto esclarecedora. (Super-heróis e a
Filosofia: Verdade, justiça e o caminho socrático – Coordenação:
William Irwin)
Podemos
entender que o conceito de MITO pode
ser definido como:
a) Conhecimento
baseado em crenças religiosas.
b) Histórias de
cunho científico e parcial quem tem como objetivo a sobreposição da razão.
c) Sistema
não-religioso das culturas orientais que usam os livros e imagens para passar o
ensinamento para os estudiosos.
d) Modo
descritivo que os macedônios usavam para explicar o porquê dos fenômenos
sociais e políticos.
e) Explicação
da realidade que não necessita de metodologia e rigor, que se manifesta através
de elementos figurativos.
03. “Há, porém, algo de
fundamentalmente novo na maneira como os gregos puseram a serviço do seu
problema último – da origem e essência das coisas – as observações empíricas
que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo
de submeter ao pensamento teórico e causal o reino dos mitos, fundado na
observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o
nascimento do mundo.” (W. Jaeger. Paideia. 3. Ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1995. p. 197.)
Com base no
texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia,
é CORRETO afirmar que:
a) Em que pese
ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina no Oriente sob
o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia.
b) A filosofia
representa uma ruptura radical em relação aos mitos, uma nova forma de
pensamento plenamente racional desde suas origens.
c) Apesar de
ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma gradual.
d) Filosofia e
mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o
pensamento filosófico necessita do mito para se expressar.
e)
O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até
hoje são objeto da pesquisa filosófica.
04. (Unioeste 2013) “Não é
fácil definir se a ideia dos poemas homéricos, segundo a qual o Oceano é a
origem de todas as coisas, difere da concepção de Tales, que considera a água o
princípio original do mundo; seja como for, é evidente que a representação do
mar inesgotável colaborou para a sua expressão. Em todas as partes da Teogonia,
de Hesíodo, reina a vontade expressa de uma compreensão construtiva e uma
perfeita coerência na ordem racional e na formulação dos problemas. Por outro
lado, a sua cosmologia ainda apresenta uma irreprimível pujança de criação
mitológica, que, muito mais tarde, ainda age sobre as doutrinas dos “fisiólogos”,
nos primórdios da filosofia “científica”, e sem a qual não se poderia conceber
a atividade prodigiosa que se expande na criação das concepções filosóficas do
período mais antigo da ciência”
Werner Jaeger
Considerando o
texto acima sobre o surgimento da filosofia na Grécia, seguem as afirmativas
abaixo:
I. O surgimento
da filosofia não coincide com o início do uso do pensamento racional.
II. O
surgimento da filosofia não coincide com o fim do uso do pensamento mítico.
III. Tales de
Mileto, no século VI a.C., ao propor a água como princípio original do mundo,
rompe, definitivamente, com o pensamento mítico.
IV. Mitos estão
presentes ainda nos textos filosóficos de Platão (século IV a.C.), como, por
exemplo, o mito do julgamento das almas.
V. Os primeiros
filósofos gregos, chamados "pré-socráticos", em sua reflexão, não se
ocupavam da natureza (physis).
Das afirmativas
feitas acima:
a) apenas a
afirmação V está correta.
b) apenas as
afirmações III e V estão corretas.
c) apenas as
afirmações II e IV estão corretas.
d) apenas as
afirmações I, II e IV estão corretas.
e) apenas as
afirmações I, III e V estão corretas.
05. (Ufu 2013) A
atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir do séc. VI a.C. está
substancialmente ancorada num exercício especulativo-racional. De fato,
"[...] não é mais uma atividade mítica (porquanto o mito ainda lhe serve),
mas filosófica; e isso quer dizer uma atividade regrada a partir de um
comportamento epistêmico de tipo próprio: empírico e racional".
SPINELLI, Miguel. Filósofos
pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998, p. 32.
Sobre a
passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, assinale a
alternativa CORRETA:
a) A
mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um intelecto primitivo,
próprio de sociedades selvagens.
b) A filosofia
racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua especulação teórica e adotando
a sua metodologia.
c) A narrativa
mítico-religiosa representa um meio importante de difusão e manutenção de um
saber prático fundamental para a vida cotidiana.
d) A Ilíada e a
Odisseia são expressões culturais típicas de uma mentalidade filosófica
elaborada, crítica e radical, baseada no logos.
06. (Unicentro 2010) “Os poemas
homéricos têm por fundamento uma visão de mundo clara e coerente. Manifestam-na
quase a cada verso, pois colocam em relação com ela tudo quanto cantam de
importante – é, antes de mais nada, a partir dessa relação que se define seu
caráter particular. Nós chamamos de religiosa essa cosmovisão, embora ela se
distancie muito da religião de outros povos e tempos. Essa cosmovisão da poesia
homérica é clara e coerente. Em parte alguma ela enuncia fórmulas conceituais à
maneira de um dogma; antes se exprime vivamente em tudo que sucede, em tudo que
é dito e pensado. E embora no pormenor muitas coisas resultem ambíguas, em
termos amplos e no essencial, os testemunhos não se contradizem. É possível,
com rigoroso método, reuni-los, ordená-los, fazer lhes o cômputo, e assim eles
nos dão respostas explícitas às questões sobre a vida e a morte, o homem e
Deus, a liberdade e o destino (...).”
OTTO. Os deuses da Grécia: a imagem do
divino na visão do espírito grego. 1ª Ed.. trad. [e prefácio] de Ordep Serra.
São Paulo: Odysseus Editora, 2005. p. 11.
Com base no
texto, e em seus conhecimentos sobre a função dos mitos na Grécia arcaica,
assinale a alternativa CORRETA:
a) De acordo
com os poemas homéricos, os deuses em nada poderiam interferir no destino dos
humanos e, assim, a determinação divina (ananque) se colocava em segundo plano,
uma vez que era o acaso (tykhe) quem governava, isto é, possuía a função de
ensinar ao homem o que este deveria escolher no momento de sua livre ação.
b) As poesias
de Homero sempre mantiveram a função de educar o homem grego para o pleno
exercício da atividade racional que surgiria no século VI a.C., uma vez que, de
acordo com historiadores e helenistas, não houve uma ruptura na passagem do
mito para o logos, mas sim um processo gradual e contínuo de enraizamento
histórico que culminou no advento da filosofia.
c) Os mitos
homéricos serviriam de base para a educação, formação e visão de mundo que o
homem grego arcaico possuía. Em seus cânticos, Homero justapõe conceitos
importantes como harmonia, proporção e questionamentos a respeito dos
princípios, das causas e do porquê das coisas. Embora todas essas instâncias apresentavam-se
como tal, os mitos não deixaram de lado o caráter mágico, fictício e fabular em
que eram narrados.
d) O mito já
era pensamento. Ao formalizar os versos de sua poesia, Homero inaugura uma
modalidade literária bem singular no ocidente. As ações dos deuses e dos
homens, por exemplo, sempre obedeceram a uma ordem pré-estabelecida, a qual
sempre revelou uma lógica racional em funcionamento.
e) Os mitos
tiveram função meramente ilustrativa na educação do homem grego, pois o caráter
teórico e abstrato da cultura grega apagou em grande parte os aspectos que se
revelariam na poesia grega.
07. (Uenp 2010) Sobre a religião dos gregos, assinale a
alternativa CORRETA:
a) A mitologia está estritamente associada à religião.
b) A religião
está associada à vida prática do grego, e transcende o ritual para ordenar
todos os gestos da existência.
c) Na vida
coletiva, era comum que o grego não fosse religioso.
d) A religião e
ao política não se misturavam entre os gregos.
e) Os deuses
gregos são muito parecidos com os homens (possuem características
antropomórficas), por isso o grego não se sente inferior a eles.
08. (UEL)
Texto 1
Eis aqui,
portanto, o princípio de quando se decidiu fazer o homem, e quando se buscou o
que devia entrar na carne do homem.
Havia alimentos
de todos os tipos. Os animais ensinaram o caminho. E moendo então as espigas
amarelas e as espigas brancas, Ixmucaná fez nove bebidas, e destas provieram a
força do homem. Isto fizeram os progenitores, Tepeu e Gucumatz, assim chamados.
A seguir
decidiram sobre a criação e formação de nossa primeira mãe e pai. De milho
amarelo e de milho branco foi feita sua carne; de massa de milho foram feitos
seus braços e as pernas do homem. Unicamente massa de milho entrou na carne de
nossos pais.
Adaptado: SUESS, P. Popol Vuh: Mito
dos Quiché da Guatemala sobre sua origem do milho e a criação do mundo. In: A
conquista espiritual da América Espanhola: 200 documentos - Século XVI.
Petrópolis: Vozes, 1992, p. 32-33.
Texto 2
"Se você é
o que você come, e consome comida industrializada, você é milho", escreveu
Michael Pollan no livro O dilema do Onívoro, lançado este ano no Brasil. Ele
estima que 25% da comida industrializada nos EUA contenha milho de alguma
forma: do refrigerante, passando pelo ketchup, até as batatas fritas de uma
importante cadeia de fast food - isso se não contarmos vacas e
galinhas que são alimentadas quase exclusivamente com o grão.
O milho foi
escolhido como bola da vez ao seu baixo preço no mercado e também porque os
Estados Unidos produzem mais da metade do milho distribuído no mundo.
Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão:
milho na comida agora vira combustível. Super Interessante. Edição 247, 15
de dezembro de 2007, p. 33.
Com base nos
textos 1 e 2 e nos conhecimentos sobre as relações entre organização social e
mito, é CORRETO afirmar que:
a) Os deuses
maias criaram os homens dotados de livre arbítrio para, a partir dos princípios
da razão e da liberdade, ordenarem igualitariamente a sociedade.
b) A exemplo
das narrativas que predominavam no período homérico da Grécia antiga, os mitos
expressam uma forma de conhecimento científico da realidade.
c) Na busca de
um princípio fundante e ordenador de todas as coisas, como ocorre na mitologia
grega, a narrativa justifica as bases da legitimação de organização política e
de coesão social.
d) Assim como
nos povos Quiché da Guatemala, também os mitos gregos procuram explicar a arché,
a origem, a partir de um elemento originário onde está presente o milho.
e)
Para certas tradições de pensamento, como a da escola de Frankfurt, o
iluminismo representa a superação completa do mito.
09. (UEG 2008) Para a mitologia grega [...] "Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Alguns deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do tártaro ou para a terra, entre os mortais. E os homens, o que aconteceu com eles? Quem são eles?"
VERNANT, Jean Pierr. O universo, os deuses, os homens. São Paulo: Companhia das letras, 2000
A ordem, em todas as suas acepções, é o grande objeto do espanto filosófico. Causam maravilhamento a ordem das leis naturais que a ciência descobre, a ordem manifesta nas proporções e harmonias da obra de arte e a ordem das ações justas na vida moral e política da sociedade. Antes da filosofia, os mitos já expressavam esse maravilhamento, porém com diferenças importantes.
Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que o mito:
a) Enuncia de modo argumentativo a escola de valores de uma sociedade pré-crítica.
b) Estabelece parâmetros de abordagem dos fenômenos naturais sobre bases estritamente lógicas, como o princípio de não contradição.
c) Busca explicações suficientes sobre o lugar do homem no mundo, apelando ao sagrado.
d) Possui uma grande densidade teológico-moral, dando a cada membro do grupo autonomia para decidir e atuar sem limites objetivos.
10. (UFU 2003) "(...) Assim, a magia e a mitologia ocupam a imensa região exterior do desconhecido, englobando o pequeno campo do conhecimento concreto comum. O sobrenatural está em todas as partes, dentro ou além do natural, e o conhecimento do sobrenatural que o homem acredita possuir, não sendo da experiência direta comum, parece ser um conhecimento de ordem diferente e superior. É uma revelação acessível apenas ao homem inspirado ou (como diziam os gregos) 'divino' - o mágico e o sacerdote, o poeta e o vidente".
CORNFORD, F. M. Antes e depois de Sócrates. Trad. Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp. 14-15.
A partir do texto acima, é CORRETO afirmar que:
a) o campo do conhecimento mítico limita-se ao que se manifesta no campo concreto comum.
b) a magia e a mitologia não se confundem com o conhecimento concreto comum.
c) o conhecimento no mito, por ser uma revelação, é acessível igualmente a todos os homens.
d) o mito não distingue o plano natural do sobrenatural, sendo o conhecimento do sobrenatural superior.
11. (Unesp 2012) Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de "vidência", privilégio que tiveram de paga pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é.
Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado.
O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre outros aspectos:
a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das tradições, dos mitos e da memória.
b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de seca ou de infertilidade da terra.
c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos aos deuses da tradição clássica.
d) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da península balcânica.
e) o esforço de diferenciar as cidades-estado e reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam.
12. (Unioeste 2011) "O mito é uma narrativa. É um discurso, uma fala. É uma forma de as sociedades espelharem suas contradições, exprimirem seus paradoxos, dúvidas e inquietações. Pode ser visto como uma possibilidade de se refletir sobre a existência, o cosmos, as situações de estar 'estar no mundo' ou as relações sociais".
Everardo Rocha
Mediante essa definição geral de mito é CORRETO afirmar que:
a) as sociedades com conhecimentos científico, tecnológico e filosófico complexamente constituídos não possuem mitos, pois eliminaram as dúvidas e paradoxos.
b) Platão, um dos filósofos mais estudados e influentes do pensamento ocidental, não recorreria aos mitos em seus diálogos, apesar de ter sido o primeiro a utilizar o termo mitologia.
c) alguns mitos oferecem modelos de vida e podem servir como referências para a vida de muitas pessoas mesmo no século XXI.
d) as sociedades antigas, ocidentais e orientais, foram fundadas sobre o mesmo mito primitivo, variando, apenas, os nomes de seus personagens.
e) todas as afirmações acima estão corretas.
13. (Enem 2010 - 2ª aplicação) "Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá-la, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a tragédia. Eis que, perambulando pelos campos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar em Tebas, dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia".
Disponível em: http://culturabrasil.org. Acesso em: 28/08/2010. Adaptado.
No mito Édipo Rei, São dignos de destaque os temas do destino e do determinismo. Ambos são características do mito grego e abordam a relação entre liberdade humana e providência divina.
A expressão filosófica que toma como pressuposta a tese do determinismo é:
a) "Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo". (Jean-Paul Sartre)
b) "Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser". (Santo Agostinho)
c) "Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte". (Arthur Schopenhauer)
d) "Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer o mesmo". (Michel Foucault)
e) "O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança". (Friedrich Nietzsche)
14. (UEL 2003) "Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles"?
(VERNANT,
Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire
d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.)
O texto acima é parte de
uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento,
assinale a alternativa CORRETA.
a) A verdade do mito
obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação.
b) O conhecimento mítico
segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades.
c) As explicações míticas
constroem-se, de maneira argumentativa e autocrítica.
d) O mito busca
explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de
provas.
e) A verdade do mito
obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a lei de não-contradição.
15. As lendas sempre foram alicerces para os
povos antigos. Os gregos, por exemplo, tributavam suas origens aos heróis que
protagonizam a poesia de Homero, e os romanos, aos irmãos Rômulo e Remo, filhos
do deus Marte, eternizados no relato do historiador Tito Lívio.
Essas explicações
lendárias:
a) Alteram ou
reinventaram fatos históricos, justificando alguma condição ou ação posterior
dos homens.
b) Sempre se
basearam em acontecimentos reais, com o único propósito de explicar o
passado.
c) Confirmaram que
as civilizações, em sua origem, não possuem vínculos com seu passado lendário,
denominado idade das trevas.
d) Afirmam uma reação
inconsciente de todos os povos, que tem por fundamento o ideal religioso,
desligado de qualquer interesse político.
e) São apenas formas
artísticas ou literárias independentes dos interesses políticos, por serem
estéticas.
16. (UEL – 2005) Sobre a passagem do mito
à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas a seguir.
I. Os poemas homéricos,
em razão de muitos de seus componentes, já contêm
características essenciais da compreensão de mundo grega
que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da
filosofia.
II. O naturalismo, que
se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na própria
religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são
compreendidos como perfeitos.
III. A humanização dos
deuses na religião grega, que os entende movidos por sentimentos
similares aos dos homens, contribuiu para o processo
de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do
pensamento filosófico e científico.
IV. O mito foi superado,
cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação que os
gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta
desvinculada de qualquer base religiosa.
Estão CORRETAS apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
17. (UEL – 2006) Os poemas de Homero
serviram de alimento espiritual aos gregos, contribuindo de forma essencial
para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus poemas, a
harmonia, a proporção, o limite e a medida, assim como a presença de questionamentos
acerca das causas, dos princípios e do porquê das coisas se faziam presentes,
revelando depois uma constante na elaboração dos princípios metafísicos da
filosofia grega.
(Adaptado de: REALE,
Giovanni.História da Filosofia Antiga. v. I. Trad. Henrique
C. Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994. p. 19. )
Com base no texto e nos
conhecimentos acerca das características que marcaram o nascimento da
filosofia na Grécia, considere as afirmativas a seguir.
I. A política, enquanto
forma de disputa oratória,contribuiu para formar um grupo de iguais, os
cidadãos, que buscavam a verdade pela força da argumentação.
II. O palácio real, que
centralizava os poderes militar e religioso, foi substituído pela
Ágora, espaço público onde os problemas da pólis eram debatidos.
III. A palavra,
utilizada na prática religiosa e nos ditos do rei, perdeu a função ritualista
de fórmula justa, passando a ser veículo do debate e da discussão.
IV. A expressão
filosófica é tributária do caráter pragmático dos gregos, que substituíram a
contemplação desinteressada dos mitos pela técnica utilitária do pensar
racional.
Estão CORRETAS apenas as afirmativas:
a) I e III
b) II e IV
c) III e IV
d) I, II e III
e) I, II e IV
18. (UEM – Inverno 2008) “Os antigos, ou
melhor, os antiquíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição a nós outros
seus descendentes, na forma do mito, que os astros são deuses e que o divino
abrange toda a natureza... Costuma-se dizer que os deuses têm forma humana, ou
se transformam em semelhantes a outros seres viventes... Porém, pondo-se de
lado tudo o mais, e conservando-se o essencial, isto é, se acreditou que as
substâncias primeiras eram deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por
inspiração divina...”
(Aristóteles, Metafísica,
XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, O pensamento antigo,
I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p.13).
Com base nesse excerto e
no seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia, assinale o que
for correto.
01) Antes de fazerem
filosofia, os gregos já indagavam sobre a origem e a formação do universo; e as
respostas a esse problema eram oferecidas sob a forma de mito, isto é, por meio
de uma narrativa alegórica que descreve a origem ou a condição de alguma coisa,
reportando a um passado imemorial.
02) Na Teogonia,
Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento dos deuses; as
forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim como
divindades: Gaia é a Terra, Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por
segregação, ora pela intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos.
04) Os primeiros
filósofos gregos buscaram descobrir o princípio (arché) originário
de todas as coisas, o elemento ou a substância constitutiva do universo;
elaborando uma cosmologia, não se contentavam com doutrinas divinamente
inspiradas, mas tentavam compreender racionalmente o cosmo.
08) Os gregos foram
pouco originais no exercício do pensamento crítico racional; apropriaram-se das
conquistas científicas e do patrimônio cultural de civilizações orientais com
mínimas alterações.
16) É tese hoje bastante
aceita que o nascimento da filosofia na Grécia não foi um “milagre” realizado
por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo lento, tributário de
um passado mítico, e influenciado por transformações políticas, econômicas e
sociais.