
David Hume fez uma investigação sobre a origem, a possibilidade e os limites do conhecimento. Para ele a razão humana é limitada e não há um fundamento objetivo para o conhecimento. Como empirista, seu pensamento se opôs ao racionalismo de Descartes. Para Hume, o conhecimento deriva da experiência, e as ideias se originam nas impressões dos sentidos, portanto não há ideias inatas.
Todo conhecimento provém da percepção do mundo externo, ou do exame da atividade da nossa própria mente. Como disse Aristóteles: “Nada está no intelecto, que não tenha estado antes nos sentidos.”
Dessa forma, é a partir dos dados da nossa sensibilidade que o entendimento produz, por um processo de abstração, as ideias.
O conhecimento, de acordo com o pensamento de Hume, é formado por impressões e ideias. As sensações, as emoções e as paixões são constituídas pelas impressões, que são a base do conhecimento. Já as ideias são representações que as impressões deixam no pensamento. São memórias deixadas pelas impressões. Uma ideia só pode existir se anteriormente tiver ocorrido uma impressão. Segundo Hume, só há conhecimento através das impressões, e se existir algo que os meus sentidos não podem captar, sobre esse assunto, dizia ele, nada podemos falar.
Por exemplo, quando alguém queima a sua mão, isso causa uma sensação, uma impressão, que é a percepção mais forte. Passado algum tempo pode ocorrer uma lembrança desse episódio, e essa lembrança é a ideia, que não é tão forte quanto a impressão, sendo uma percepção mais fraca. Portanto, esse é o processo de formação das ideias segundo Hume, isto é, as ideias são formadas pelas nossas impressões.
Pelo fato de só haver conhecimento se houver uma impressão sensível, não é possível ter conhecimento a priori da causa de um determinado acontecimento. Como o conhecimento é restrito às nossas impressões, elas não podem nos garantir o que acontecerá no futuro. Nada sobre o futuro pode ser afirmado, porque nenhum fato do futuro ainda aconteceu.
Dizer que amanhã o Sol “nascerá” não é uma certeza empírica. É claro que dia após dia esse fenômeno acontece, no entanto, ninguém pode afirmar que sempre ocorrerá a repetição desse fato, pois no futuro pode ocorrer algo que mude ou impeça esse acontecimento. Essa afirmação se baseia no senso comum.
Para Hume só a experiência é a fonte para o conhecimento dos fatos, portanto, todo conhecimento é a posteriori. Fora isso, o que pode ser verificado é que entre dois fenômenos, ocorridos no passado, foi constatado que depois de um determinado fato, ocorreu sempre um mesmo fato como consequência, isto é, uma causa sempre tem como resultado um determinado efeito.
Portanto, estamos diante daquilo que é chamado de causalidade, que é a crença fundamentada no hábito de observar, repetidas vezes, uma conjunção de eventos sucessivos.
Dessa forma, de acordo com o seu pensamento, o hábito é que nos leva a inferir uma relação de causa e efeito entre dois fenômenos, e essa relação é sempre de probabilidade. Assim sendo, o conhecimento sobre fatos futuros não é rigoroso, pois baseia-se no hábito, no costume.
Após observar vários exemplos de natureza semelhante, a conclusão que há uma conexão entre os mesmos é oriunda do hábito.
Hume observou que uma mesma causa originava efeitos diferentes, o que o levou a concluir que as causas são intangíveis, e que apenas os efeitos são percebidos pelos nossos sentidos.
Portanto, a causalidade advém do hábito, ela não é uma propriedade do real, sendo assim, as causas primeiras são inatingíveis ao pensamento humano, daí, Hume considerar que as Ciências Naturais se limitam apenas à probabilidade.
Outra conclusão desse pensamento é que a Metafísica é impossível, pois ela lida com um objeto inatingível, as causas.
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